Existem mais de 43 milhões de refugiados no mundo, diz ONU

20/06/2011 - 13:21 - Atualizado em 20/06/2011 - 13:21

Existem mais de 43 milhões de refugiados no mundo, diz ONU

Segundo os números, divulgados no Dia Internacional do Refugiado, 80% das pessoas que são forçadas a abandonar suas casas buscam abrigos em países em desenvolvimento
Redação Época

DRAMA Crianças afegãs refugiadas em favela de Islamabad, no Paquistão, nesta segunda-feira (20). Afeganistão é o país com mais refugiados






A quantidade de pessoas forçadas a abandonar suas casas por causa de guerras ou desastres naturais passou dos 43 milhões de pessoas em todo o mundo - o equivalente à população total de Colômbia. Segundo dados divulgados nesta segunda (20) pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), em ocasião do Dia Internacional do Refugiado, 2010 teve o maior número de refugiados dos últimos 15 anos.

Desse total, o relatório classifica 15,4 milhões como refugiados, ou seja, pessoas forçadas a abandonar seus países, 27,5 milhões como pessoas deslocadas de suas casas, mas em seus próprios países, e 850 mil solicitantes de asilo em outros páises. Segundo a Acnur, apenas 25 milhões desse total recebem alguma assistência das Nações Unidas. A situação mais crítica é a de cerca de 15 mil crianças órfãs ou separadas de seus país que pedem asilo, a maior parte deles na Somália ou Afeganistão.

Os afegãos continuam representando a maioria dos refugiados no mundo: 3 milhões de pessoas abandonaram o país, seguidos pelos iraquianos (1,6 milhão) e os somalis (770 mil). O Paquistão é o país que mais recebeu refugiados (1,9 milhão), seguido do Irã (1,1 milhão) e Síria (1 milhão). No Brasil, existem 4.357 pessoas vivendo como refugiadas.

O relatório se refere ao ano de 2010, mas a situação dos refugiados pode ser pior. Em 2011, conflitos armados como os ocorridos na Líbia ou na Costa do Marfim podem ter aumentado o número de refugiados. Nesta semana, por exemplo, a Turquia viu a chegada de milhares de refugiados vindo da Síria, fugindo dos confrontos entre manifestantes e as forças do ditador sírio Bashar al-Assad.
Sentimento anti-refugiados

Um dos dados ressaltados pelo Acnur é que, diferente do que diz o senso comum, a maioria dos refugiados não foge para os países desenvolvidos. Cerca de 80% dos refugiados buscam abrigos em outros países em desenvolvimento. A Alemanha, país desenvolvido que mais abrigou refugiados, recebeu três vezes menos do que o Paquistão.

Segundo António Guterres, Alto Comissário da ONU para os Refugiados, o crescimento do sentimento anti-refugiados que se vê na Europa e Estados Unidos não encontra fundamento na realidade. "Os temores de uma suposta inundação de refugiados nos países industrializados são exagerados, ou erroneamente confundidos com questões de migração. Enquanto isso, os países mais pobres têm que lidar com esse problema", explica.

A situação também gera um impacto econômico muito forte nas economias dos países em desenvolvimento. Por exemplo, para cada dólar do Produto Interno Bruno (PIB) per capita do Paquistão, o país precisa atender 710 refugiados, enquanto na Alemanha esse impacto é de 17 refugiados para cada dólar.

Para Guterres, o mundo está fracassando em resolver os problemas dos refugiados. "Países em desenvolvimento não podem continuar a carregar esse fardo sozinho. O mundo industrializado deve resolver esse desequilíbrio. Precisamos acelerar as iniciativas de paz em conflitos para que os refugiados possam voltar para casa", disse. Segundo o relatório, apenas 197 mil refugiados conseguiram retornar às suas casas em 2010, o menor número desde 1990.

BC

Fonte:http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI242751-15227,00.html

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