Maio 1968: Sorbonne é ocupada e 600 estudantes são presos

Maio 1968: Sorbonne é ocupada e 600 estudantes são presos





Centenas de estudantes ocuparam a Sorbonne em maio de 1968 e depois de quatro horas de batalha, havia 72 policiais feridos e 600 estudantes foram presos

10 de maio de 2009

Num período de ascenso do movimento operário e estudantil, a universidade francesa Sorbonne é ocupada pelos estudantes contra o imperialismo e a repressão policial.

No dia 3 de maio, os estudantes realizavam no pátio da Sorbonne uma reunião exigindo o acesso aos anfiteatros. O reitor na época, Jean Roche, quebrando cerca de 700 anos de história sem nenhuma intervenção do braço armado do estado, chama a polícia para entrar nas instalações universitárias. A polícia invade a universidade, expulsa os estudantes e fecha a universidade. Cerca de 600 estudantes são detidos.
Jovens se manifestam no Quartier Latin, onde está a Sorbonne, contra a repressão e são detidos nessa noite. Neste local é levantada a primeira barricada, no Boulevard Saint-Michel.

No dia seguinte as manifestações se alastram pelos colégios e universidades pelo país.
No dia 5 de maio 13 estudantes que participaram das manifestações são sumariamente condenados.

Mais oito estudantes são intimados em uma comissão disciplinar na Sorbonne.
Logo depois as manifestações se ampliam no Quartier Latin e são erguidas barricadas pela libertação dos jovens, pela reabertura da Sorbonne e pela saída da polícia da região.

Cerca de 30 mil estudantes percorrem as ruas de Paris cantando A Internacional. Em frente ao Parlamento, a palavra de ordem é: "O poder está na rua!". A polícia bloqueia o Quartier Latin e reprime os manifestantes.
O general De Gaulle, presidente francês da época, afirma "Não é possível tolerar a violência que alastra-se nas ruas." Defendendo a intensificação da repressão.

As manifestações se ampliam em frente a prisão La Santé, em que estiveram presos artistas como Guillaume Apollinaire, onde escreveu Alcools (1913), um livro de poemas. A polícia bloqueia as pontes do rio Sena. Os estudantes ocupam o Quartier Latin e fazem barricadas.
Esta foi a madrugada mais violenta desde o início da mobilização. Os estudantes tiram as pedras da calçada para atacar as forças policiais, deixando mais de mil feridos.

Mesmo o primeiro-ministro, Georges Pompidou, interrompendo a visita ao Afeganistão anuncia a reabertura da Sorbonne no dia 13 e a libertação dos estudantes detidos no início do mês. No dia seguinte, 12 de maio, as manifestações passam a ter o apoio de jovens operários.
Logo em seguida é decretada a greve geral e os estudantes ocupam a Sorbonne.

Os operários da Renault decretam uma greve e ocupam a fábrica em Cléon. A média de idade dos 4.500 trabalhadores é inferior aos 30 anos. Cerca de 70 mil metalúrgicos de Billancourt aderiam ao movimento.
A greve se espalha por todo o País e em mais de 50 empresas, com a ocupação da sede da Academia Francesa.
No dia 17 de maio já eram cerca de cem mil os operários ocupando fábricas em todo o país.

A paralisação se alastra aos serviços públicos chegando a dez milhões de grevistas no dia 20 de maio.

Neste momento os transportes estão paralisados, o correio bloqueado, a gasolina começa a ser racionada. O porto de Marselha também é ocupado pelos trabalhadores.
A esquerda parlamentar, pressionada, sai do governo e são convocadas eleições gerais.

No dia seguinte, 21 de maio, os teatros de Paris estão ocupados.
As barricadas continuam sendo feitas pelos manifestantes que enfrentam a polícia diariamente.

As manifestações tomam as ruas com as palavras com as reivindicações de aumento de 35% nos salários e as palavras e ordem “Ocupar as fábricas! Todo poder aos conselhos! Abolição da sociedade de classes!".
Governo, patrões e sindicatos assinam um acordo de aumento do salário mínimo, redução do horário de trabalho e diminuição da idade da reforma no dia 27 de maio.
A experiência francesa coloca em evidência a importância da luta estudantil e da juventude para a mobilização geral da classe operária e a revolução socialista. A juventude é o setor mais livre para se levantar contra o status quo e abrir caminho para um verdadeiro combate de classes, pois enfrenta e tira a autoridade da polícia, braço armado do Estado burguês.

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