Na garupa com afeto e carinho


Por JOTA POMPÍLIO Repórter


24 de abril de 2008 - Quando pessoas falam sobre motos, associam-na logo com o piloto, esquecendo muitas vezes de uma outra figura importante: o garupeiro

Companheiro do banco traseiro, é o parceiro ideal para passeios e viagens, principalmente, aquelas longas. No entanto, esse pequeno compartimento, às vezes, tanto pode ser prazeroso como também perigoso.

Segundo motociclistas consultados, em termos de segurança, quando há um passageiro atrás, o uso do freio traseiro é mais seguro que o dianteiro. “Procuro aliviar o acelerador, sem arrancar bruscamente e sem acelerar demais. Assim você anda numa boa com o garupa”, concorda o piloto André Macêdo.

Entretanto, se for inevitável a aceleração repentina, o conselho é para a pessoa “colar” mais no piloto e se ligar na hora das frenagens. Para evitar as cabeçadas, fato corriqueiro entre piloto e passageiro, uma outra dica “é que o carona apóie uma das mãos nas costas de quem pilota para evitar as capacetadas”, frisa.

No banco de trás, os garupeiros são unânimes quando afirmam que dá para apreciar e curtir muito mais a paisagem que aqueles que têm o controle do guidom nas mãos.

Para Gislene Peixoto, comerciante, que também já foi piloto, quando possuía sua Honda Biz, declara que no começo foi difícil a transição, mas logo se acostumou a posição de passageira. Garupeira assídua da moto de seu marido, Carlos Peixoto, que tem uma Honda Titan 150, ela afirma que tem que confiar bastante na habilidade de quem guia, pois não há muito o que fazer no caso de um tombo ou possível barbeiragem. “O que me conforta ainda mais é que meu marido é meu air-bag”, brinca.

Mesmo com a visibilidade limitada, Gislene afirma que seus olhos ficam um pouco acima do ombro do piloto e que dá para monitorar a velocidade: “Dou um cutucão quando ele excede a velocidade. O garupeiro se torna uma espécie de co-piloto e navegadora”.

Afagos

Para Renata Medeiros, garupeira da moto de seu namorado no dia-a-dia para o trabalho, um dos pontos negativos do passeio é quando o cano do escapamento, às vezes, queima sua perna ao sair do veículo. “É uma questão de atenção. O certo é verificar antes qual é o lado correto para sair”, diz.

No banco traseiro, ela afirma que é inevitável sentir o impacto dos buracos, mas “o sissy-bar é um acessório fantástico e aumenta muito a sensação de segurança”, diz.

Entretanto, ela afirma que o veículo oferta muitas vantagens, principalmente para quem vê o cenário deste ângulo. “Além de poder apreciar muito melhor a paisagem, é mais romântico. Ando agarrada a meu namorado e nossas viagens têm sido muito agradáveis. Essa convivência mais estreita, aumenta muito a cumplicidade. Quando menos espero, recebo um afago, um carinho, um beijo na mão”, finaliza ela, apaixonada pelo companheiro.

É bom lembrar que, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), só a partir dos sete anos de idade é permitido andar na garupa. Isso desde que com os equipamentos de segurança exigidos, especialmente, o capacete. Antes desta idade, é considerado infração gravíssima, sujeito a multa de R$ 127,69 e sete pontos na carteira de motorista. Sabendo dessas informações, cabe também ao motociclista agir com responsabilidade ao conduzir a moto, respeitando os limites do trânsito e do ser humano que está compartilhando a viagem.

Dicas

Respeite o limite físico e emocional de sua garupa
Nunca subir ou descer da moto, sem prévio conhecimento do condutor
Ajudar nas manobras de entrada e saída de estacionamento, sobretudo se é necessário ´engrenar´ a marcha ré
Nas freadas e arranques, deve apoiar-se nas alças e não no condutor
O garupa pode ajudar nas curvas, espreitando sempre por dentro e apoiando-se, fortemente, em ambas as pedaleiras. A transferência de peso para as pedaleiras (pedais de apoio) torna a moto mais manobrável
Deve-se apoiar mais fortemente nas pedaleiras quando a moto circula no trânsito

Fonte: Diário do Nordeste – CE – 16/04/2008

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