O retrato de uma sociedade doente
Há várias formas de se analisar uma sociedade. Da Roma antiga às touradas espanholas, a maneira como as pessoas usam seu tempo livre diz muito sobre elas. Em Blumenau, parece haver apenas uma diversão: aquela ligada à cerveja. No calendário turístico, sai Festival da Cerveja, entra Oktoberfest, Sommerfest ou Stammtisch. Tudo regado a muito chope, claro, o ingrediente principal. Promover apenas eventos com este foco é privar cidadãos de um direito básico: o lazer. Quando se recorre a uma substância causadora de dependência e vício para toda e qualquer diversão, é sinal de que a cidade está doente.
A cultura local naturalizou o consumo de álcool. O diagnóstico deveria servir para buscar outras formas de lazer, que permitam relaxar, trocar ideias e dar boas risadas sem a inclusão necessária de uma droga (ainda que lícita). Procurar novas formas de diversão que não sejam ligadas ao álcool é um desafio numa cidade que resume as opções de lazer à cerveja. Não se sugere o fim de eventos ligados ao chope. Reivindica-se a promoção de outros eventos que estimulem à cultura, a exemplo de uma Feira do Livro, um Festival Cultural. Sabe-se da existência de alguns deles, com relevância nacional, como Festfolk e Fenatib. Mas também se sabe que eles não ganham mesmo investimento.
Quem vive em Blumenau também quer o alimento para a alma. A fome pelo acesso à cultura fica evidente a cada edição do FITUB ou como se pôde ver durante a temporada do espetáculo Orfeu, para citar apenas dois exemplos. Leio, pelos jornais, o interesse da nova gestão em fortalecer as parcerias entre o Turismo e a Cultura na cidade, a fim de fortalecer os espaços públicos culturais. Torço para que esses projetos se tornem realidade e sejam capazes de mostrar ao turista uma outra Blumenau, além da estampada nos outdoors e revistas por todo o país.
MAGALI MOSER|JORNALISTA
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,182,4023430,21261
A cultura local naturalizou o consumo de álcool. O diagnóstico deveria servir para buscar outras formas de lazer, que permitam relaxar, trocar ideias e dar boas risadas sem a inclusão necessária de uma droga (ainda que lícita). Procurar novas formas de diversão que não sejam ligadas ao álcool é um desafio numa cidade que resume as opções de lazer à cerveja. Não se sugere o fim de eventos ligados ao chope. Reivindica-se a promoção de outros eventos que estimulem à cultura, a exemplo de uma Feira do Livro, um Festival Cultural. Sabe-se da existência de alguns deles, com relevância nacional, como Festfolk e Fenatib. Mas também se sabe que eles não ganham mesmo investimento.
Quem vive em Blumenau também quer o alimento para a alma. A fome pelo acesso à cultura fica evidente a cada edição do FITUB ou como se pôde ver durante a temporada do espetáculo Orfeu, para citar apenas dois exemplos. Leio, pelos jornais, o interesse da nova gestão em fortalecer as parcerias entre o Turismo e a Cultura na cidade, a fim de fortalecer os espaços públicos culturais. Torço para que esses projetos se tornem realidade e sejam capazes de mostrar ao turista uma outra Blumenau, além da estampada nos outdoors e revistas por todo o país.
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,182,4023430,21261
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